quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

>>Especial 90 anos de Primeira Guerra Mundial


A construtora do mundo atual

Há 90 anos o mundo via o fim do então maior conflito da história, que não só redesenhou as fronteiras do mundo como também demonstrou que a paz que acreditávamos existir ainda estava muito longe de ser alcançada.

 


Philipe Augusto Bastos 


O mundo sofreu varias transformações para chegar ao que é hoje, tanto geograficamente quanto sócio-politicamente. Mas, de todos os episódios vividos no inicio do conturbado século 20 o mais marcante com certeza foi a primeira guerra mundial. Apesar de acreditarem que o seu início se dá em 24 de julho de 1914, com a morte do arquiduque Francisco Ferdinando, é errôneo pensar que a grande guerra, como também era conhecida, se limita a um assassinato político causado por um jovem sérvio que pertencia a uma organização que buscava a independência de seu país do então ainda poderoso império Austro-Húngaro. Para entendermos realmente a primeira guerra, devemos nos voltar para o séc.XVIII, em especial para a África, durante o processo de divisão da mesma pelo imperialismo dos paises europeus.

A África como muitos de nos sabemos, se mostrou muito útil para os paises europeus, que a tragaram como sanguessugas e que se aproveitando de sua fraqueza militar, engordaram com os recursos ali existentes durante todo o período mercantilista. Com a crescente industrialização e o aumento da produção européia houve a necessidade de se expandir o mercado consumidor que novamente levou o continente africano a ser palco, agora, de um conflito por consumidores, que rasgariam o território africano de acordo com o interesse europeu, sem levar em consideração rixas tribais causadoras de guerras civis que perduram até nossos dias. Essa divisão, apesar de tudo, não satisfez todos os paises europeus como a Alemanha e a Itália, que se achavam desfavorecidos com a partilha feita.

 

Com a semente já plantada tudo o que se fez foi regar e esperar que a muda brotasse e a árvore crescesse, sendo os frutos colhidos em 24 de julho de 1914, onde se aproveitando da morte do arquiduque, os paises da tríplice entente (França, Grã-Bretanha e Rússia) e da tríplice aliança (Alemanha, Áustria-Hungria e Itália) se digladiaram por atritos antigos em busca de uma possível “vingança”, como entre a Alemanha e a França pelos os territórios de Alsácia e Lorena antigas composições da França e que agora davam auxilio ao progresso alemão com suas jazidas de ferro e carvão, bases para a indústria.

 

Apesar de todas as desgraças trazidas pela guerra, devemos observar o lado positivo desse conflito que foi o responsável pelo maior e mais rápido avanço da época. É em meio a esses turbulentos 4 anos de conflitos que vemos a consolidação e aperfeiçoamento do avião e do submarino invenções  que se tornaram de grande importância estratégica durante a guerra e que hoje se tornaram importantes meios de transporte e de pesquisa, respectivamente. Para as comunicações temos utilização em larga escala do telegrafo que facilitou a introdução posterior do telefone e do aperfeiçoamento das malhas ferroviários que agilizavam o transporte de suprimentos e soldados, e que futuramente serviram positivamente para a interligar regiões de difícil acesso e para encurta o tempo que se levava para chegar nessas regiões. Vendo estas realizações é que percebemos o importante papel da primeira guerra, também como impulsionador do desenvolvimento do homem no século XX, finalmente o trazendo para a modernidade.

Com o fim da primeira guerra o cenário que vemos é de um mundo não só destruído como também totalmente repaginado, constituído de novos paises como o Iraque e a Lituânia; de fronteiras como a da Alemanha, que foi esquartejada; de uma nova superpotência, como os EUA, o verdadeiro vencedor, já que não teve uma só bala inimiga disparada em seu território e suas fabricas ficaram intactas para que pudessem posteriormente vender para os paises destroçados o que lhes fossem necessário para se reconstruírem; e principalmente de idéias, pois foi durante e depois da  primeira guerra é que vemos as ideologias socialistas e nazi-fascistas se consolidando, que foram de fator importante para construção de nossa sociedade atual, comprovando assim a relevância desse momento não só na construção de nossa historia como também na construção de nosso mundo.          

segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

1969 - 2009 - Mais um ano redondo para história.

O ano que vem chegando não vai ser muito diferente de 2008. Esse ano lembramos algumas datinhas importantes para o mundo da história. Tivemos 200 anos da corte portuguesa no Brasil; 150 da Lei Áurea; 100 da imigração japonesa; 50 da Bossa Nova e da  primeira Copa do Mundo que o Brasil ganhou; lembramos de 1968 - O Ano que não terminou para o Brasil e para o mundo e, por fim, comemoramos os 20 anos de Constituição Federal no Brasil. Ou seja, foi um ano redondo para História. 

O leitor atento ao blog Atos e Fatos da História sabe que o ano de 2009, também, nos traz umas datinhas importantes, como a queda do Muro de Berlim, Revolução Cubana e a Chegada do Homem à Lua. Portanto, espere que o AFH, em 2009, virá redondinho para você. Um bom 2009! 

A trajetória do Movimento Estudantil no Brasil


O caminho traçado pelos estudantes em quase dois séculos de luta e as influências do Movimento Estudantil, como Teorias Iluministas, Woodstock e Revolução Cubana, que sacudiram as Universidades.Uma viagem na história do ME e a sua "cara" na atualidade.


Afonso Bezerra 


Ainda existe o Movimento Estudantil? Essa pergunta permanece no imaginário de todo cidadão brasileiro quando ele vê nas telas da TV ou na internet alguma notícia sobre protestos envolvendo estudantes e o estado brasileiro. A imagem que se destaca na lembrança é a da grande movimentação de resistência em 1968, durante o endurecimento do Regime Militar, mas a história de luta dos estudantes é longa e, às vezes, nem muito branda. O  caminho seguido pelos estudantes foi muito longo e cheio de oscilações: vivia naquela linha que divide um movimento combativo e uma atuação pelega. Das primeiras influencias e ações no século XVIII até os dias atuais, os estudantes têm o mesmo papel dentro da sociedade: ser a vanguarda da luta social.  

A existência é de longas datas. No final do século XVIII, jovens da alta classe brasileira retornavam ao país, depois de um bom tempo de faculdade na Europa, querendo por em prática as teorias dos famosos livros do século das luzes. As bases teóricas que esses jovens depositam num Brasil ainda agrário e colônia transformam, embora que em pequena proporção, a realidade brasileira. A proporção é menor devido aos interesses da elite, que adaptavam as idéias libertárias européias ao seu modo de vida aqui no Brasil.  Da participação na Inconfidência Mineira, passando pela luta republicana e a favor da abolição da escravatura, até a formação da UNE durante o governo Vargas, a luta foi permanente e ofensiva contra as atrocidades do estado cometidas contra a população e a comunidade acadêmica.

A UNE – União Nacional dos Estudantes - foi criada no ano de 1937 e foi considerada a entidade de maior  representatividade do meio estudantil, porém ficou em águas mornas durante um bom tempo, devido à repressão do governo Vargas. Naquela época os movimentos sociais estavam desligados por conta da repressão ou estavam na “baia da saia” do governo, recebendo dinheiro em troca do silêncio. Com a influência dos comunistas, liderados por Luís Carlos prestes com a fundação do PCB em 1922, as chamas combativas reacenderam nas faculdades, agitando quem queria um Brasil melhor que aquele. Sempre em busca do progresso e do desenvolvimento, faz-se a marca da tropa de choque da revolução social brasileira.

Sempre presentes nas transformações políticas e sociais, o ME foi, em algumas épocas, carro chefe das mudanças no país. Após o Golpe de 1964, as entidades estudantis, puxadas pela UNE, foram mais que importantes para criar uma oposição construtiva e determinada na luta por liberdade. Mas, como qualquer movimentação política tem sua inspiração, o ME tinha a sua. Naqueles ares pós-64, liberdade era uma palavra fora do dicionário, porém muito aspirada por quem queria um Brasil nos trilhos do progresso. É bem verdade que a década de 60 foi um período onde a política internacional vivenciou a angustia americana na Guerra do Vietnã e vários movimentos surgiram contra a situação imposta pelos EUA.

Grandes revoluções  influenciaram a revolução brasileira durante o Regime Militar. Cinco anos atrás tivemos a Revolução Cubana, liderada por Fidel Castro e Enersto Che Guevara. Uma luta travada nos moldes militares, trazendo como essencial posição revolucionária a disciplina. O sucesso da luta de Che e Fidel contra o regime de Fulgêncio, que era um fantoche americano, exaltou a juventude brasileira, que tinha a luta em Cuba como exemplo de exaltação e combate. Depois de longos, cansativos e infrutíferos cinco anos em conflito no Vietnã, os EUA viram surgir um movimento de contracultura, o famoso Woodstock. No ano de 1969, meio milhão de pessoas insatisfeitas com a crise do sistema, aderia à idéia do Fugere Urben e partia para o campo cantar “Faça amor, não faça guerra.”, em oposição às atitudes americanas.  

 

A disciplina e rigidez de Cuba junto com a transcendência da liberdade em Woodstock foram ingredientes fortes para o prato da revolução brasileira. A França com seus estudantes também teve papel importante na luta aqui no Brasil. Romper com os Militares virou a ordem do dia e votar era o sonho de cada jovem. Em 1984, a UNE com o PCdoB e o PT – à época partidos de esquerda – foram às ruas lutar por Diretas Já. E conseguiram, embora que sofrendo algumas restrições e redundâncias.  Em 1992 ganham destaque no engodo, comandado pela Globo, dos chamados caras pintadas para tirar Collor do governo. Na luta por acabar com a corrupção no governo brasileiro, os estudantes pintaram a cara de verde e amarelo e pediram o Fora, Collor. Esse movimento marcou o inicio da modernidade do ME.

No apagar das luzes do governo Liberal de FHC e caminhando para a primeira eleição de Lula – depois de três tentativas – a UNE realizou seu objetivo de lutas, nos quase 40 anos de militância. E é justamente por isso que muita gente acredita que o ME não existe mais: pela falta de combatividade e da inerência ás medidas do governo Lula, que não correspondem aos anseios antigos e comandados pela UNE. Hoje, o que marca luta estudantil é a briga pela não aprovação do REUNI, que é um decreto do Governo Federal que abre as portas das Universidades, ampliando o número de Vagas sem qualidade de ensino. O REUNI, hoje, é detentor de muita controvérsia.  Mesmo sem tanta iluminação combativa, agindo à surdina revolucionária, o ME permanece atento as mudanças e cria suas ramificações, rompendo com a  UNE, que não é mais a mesma.

 


terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Cartas de um filósofo

O professor de Filosofia Eudes Henrique passa, a partir de hoje, a escrever todas as terças-feiras uma carta de filosofia para o blog.



CONCEPÇÃO FREUDIANA SOBRE A RELIGIÃO: A RELIGIÃO É UMA ILUSÃO INFANTIL

Em o Futuro de uma ilusão, Mal-estar na civilização, Moisés e o Monoteísmo, Totem e Tabu, Freud vai dar uma atenção toda peculiar a problemática da religião. Para Freud a religião não passa de uma mera ilusão infantil. É dessa ilusão que provém e é essa quem a sustenta. Freud não só vai mostrar como se dá a ilusão, como também aponta as saídas para o sujeito. Talvez o principal papel da Psicanálise, ancorada pela ciência e pelo “deus Logos”, seja dar ao sujeito a capacidade de adaptar-se a realidade, independente da religião.

O nosso autor tenta nos mostrar que a religião surge como uma resposta imediata a uma ausência deixada pelo a perda do pai, como veremos adiante. Mas há também de se notar que a religião busca alicerçar-se sob aquilo que é mais subjetivo no homem, o desejo. É justamente por isso que Freud a denuncia como sendo uma ilusão, porque esse desejo humano é insaciável e é falso querer pretender preencher esse vácuo por intermédio de algo tão indiferente à própria natureza do homem (retomo aqui a idéia de religião enquanto agência “moralista” que se propõe a domar o homem).

          “A religião, é claro desempenhou grandes serviços para a civilização humana. Contribuiu muito para domar os instintos associais. Mas não o suficiente. Dominou a sociedade por muitos milhares de anos e teve tempo para demonstrar o que pode alcançar. Se houvesse conseguido tornar feliz a maioria da humanidade, confortá-la, reconciliá-la com a vida, e transformá-la em veículo de civilização ninguém sonharia em alterar as condições existentes1.”

A própria religião se autodenuncia quando propaga a construção de um outro Reino, que se inicia ainda aqui na terra. Tal propagação diz claramente de sua ineficiência quanto aos anseios íntimos do homem. Se ela, de fato, fosse uma resposta não se precisaria propagar um por vir como garantia, pois esse reino que ela propaga já estaria implícito no seu discurso. Acusa Freud: “não é segredo que os sacerdotes só puderam manter as massas submissas à religião pela efetivação de concessões tão grandes quanto à essa natureza instintiva do homem”.

A religião nasce juntamente com a civilização, e junto com ambas nasceu também a Lei, a norma e é essa lei ou norma quem as legitima. Nasceram com a pretensão de “civilizar” ou socializar o sujeito. No entanto, o percurso que fizeram todo esse tempo não foi o mais favorável ao sujeito, pois o desconsidera completamente. Não há espaço para o sujeito em sua subjetividade, esse é o mal da civilização.

Eudes Henrique.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

>> 20 anos de constituição

Entrevista rápida com o professor de História Antônio Gama

Um bate-papo rápido por e-mail com o professor de História Antônio Gama sobre os 20 anos da constituição federal. Confira:


Afonso Bezerra


AFH - O cenário político no final da década de 1980 foi de intenso conflito, meio que um estuário. Ninguém sabia mais quem era direita, quem era esquerda. Tanto é que José Sarney, que foi do regime militar, era presidente e participou da construção da constituição. Analisando esse ponto político, podemos considerar que vivemos numa democracia de fato e de lei?

AG - Historicamente a democracia apresentou algumas limitações. Em minha opinião nossa democracia é genuína, contudo ela não é a garantia de igualdade social.


AFH - Em 1988 o Brasil vivia um período de muito alvoroço ideológico, digamos. Era um fim de um regime militar, uma juventude militante queria demonstrar força política no voto, entre outras coisas. Esses fatores psíco-políticos mexeram na formação da constituição de 1988 e ninguém conseguiu perceber o teor anti-democrático?

AG- Não acredito que existiu este aspecto anti-democrático. Outro aspecto que gostaria de argumentar é que o processo de redemocratização do país esteve inserido numa conjuntura mundial mais abrangente, contudo é bem verdade que alguns entulhos ditatoriais estão presentes em nosso cenário político.


AFH - 20 anos depois de instituída, a constituição gera polêmica. No Artigo 5° diz que é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença; e é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato. Mas, na realidade, o que percebemos é que essa liberdade é mais restrita aos "grandes" nomes de empresas de rádio ou Tv. Inclusive, nos últimos anos, criou-se um lei de proteção ao meio de comunicação, vedando as rádios piratas.Além desse, temos o Artigo 1° que diz que todo cidadão brasileiro, independente de crença, raça, etc, tem direito a soberania e qualidade de vida. Ou seja, os pontos que citei são completamente contraditórios com os fatos. Podemos considerar esse paradoxo como ponto de causa da fragilidade social brasileira?

AG- O grupos políticos que comandam o país estabelecem uma certa reserva "ideológica".O contraditório é legítimo e faz parte do jogo democrático. Costumo dizer que a democracia é uma festa,todos podem entrar na festa, mas a boa musica, a boa comida e a boa medida é limitada a alguns.


domingo, 7 de dezembro de 2008

>> 20 anos de constituição



"Mentiras sinceras me interessam"


O ano era 1988 e já tínhamos completado quatro anos de "redemocratização". Nascia, então, a nossa atual constituição, que é detentora de grandes controvérsias quanto a sua existência e vigor. Em uma série de dois posts, o blog se aprofunda em várias vertentes que contribuem para o entendimento da força política da constituição federal e faz um balanço da democracia brasileira nessas duas décadas de "liberdade" após o regime militar.



Afonso Bezerra

Em 1964 os militares davam o golpe e assumiam o poder do maior país da América do sul, territorial e politicamente falando. O Brasil acordou tendo em seu governo rifles, fardões, uma postura irredutível e uma sanguinária repressão exposta e sem medir proporções. Jornalistas ou qualquer cidadão que mostrasse seu ponto de vista, e ele sendo contrário ao regime, teria pouco tempo pela frente de liberdade ou, até mesmo, de vida. Marcados em calendário, foram exatamente 20 anos de ditadura militar. Em 1984, no governo gerenciado pelo general Figueiredo, o Brasil entrava na rota democrática e caminhava para os braços do liberalismo, iniciado por Fernando Collor de Melo em 1989. Mas, antes disso, tivemos um processo lento e árduo da consolidação de um regime democrático, embora que no papel: a eleição parlamentarista de Tancredo Neves - com sua morte, assume Sarney - e toda uma campanha presidida por Ulysses Guimarães pela formação da constituinte, por eleições diretas e por um sufrágio universal.

De uma origem aristocrática e de uma postura firme diante dos púlpitos parlamentares, Ulysses Guimarães, então do recém-modificado PMDB, tornou-se um emblemático e estranho político popular devido à sua postura no engôdo da construção da constituinte. Em 1984, por todo Brasil, O senhor diretas, como ficou conhecido, ganhou milhares de fãs e admiradores por sua posição a favor de uma democracia, na luta pelo voto e por um governo presidencialista no Brasil. Amigos ou não, a relação de negócios envolvendo senhores políticos e senhores empresários - principalmente de comunicação - foi se apertando com a postura da Emissora Rede Globo de Tv, que noticiou um comício das Diretas Já com 100 mil pessoas, na praça da Sé em São Paulo, como uma comemoração de aniversário da cidade. A repercussão foi dura para os caciques que em cima do palanque estavam e contavam com o apoio da imprensa da massa. Mas a emissora se mostrou ainda ligada ao regime anterior. Tempos depois, vendo o sucesso da caravana das Diretas Já e a adesão popular crescendo, muitos políticos que questionavam a mudança política do país, viraram grandes defensores da democracia e da renovação no Brasil, e no mesmo caminho seguiu a imprensa submissa: onde o poder apontava desembarcar.

Costurando a situação, os oportunistas se abraçam em busca do poder na renovação política. Com o anúncio da volta do regime presidencialista e pelo voto do povo, a população brasileira se animou e foi às ruas vibrar por essa mudança. Mas nem tudo era tão bom como eles pensavam: havia um aviso de que o primeiro presidente da redemocratização seria eleito pelo parlamento brasileiro, com o álibi de que era para manutenção e estabilização do processo político, visando conter possíveis golpes de retorno militar. A contradição do termo redemocratizar começa logo aí, na redemocratização. As esperanças se sustentam na fé inquebrantável do povo brasileiro. E todos unidos foram até 1988 esperando ouvir a voz dizer que "o povo vai eleger o presidente".

O ano de 88 chegou e com ele a transformação social brasileira: a criação da constituição. A verdadeira intenção na formulação deste artifício jurídico era de criar uma ampla defesa do povo brasileiro e de uma camada que é mais oprimida, como os índios e os camponeses, com a demarcação de terra. A criação do documento dos Direitos Humanos, buscando atenuar o preconceito com negros e homossexuais e, inclusive, ampliar a participação do povo brasileiro na legislação através de seus representantes Deputados ou Senadores.




Folha Imagem/Lula Marques



A realidade, duas décadas depois, é triste. O povo que tanto esperou chegar 1988 para poder votar, afoga-se nessa turbulência social em que vivemos e só serve para legitimar as eleições, que se repetem em dois e dois anos, como se fossem uma manutenção de interesses da restrita alta classe brasileira. A firmeza e combatividade ficam julgadas como irrisórias e ineficientes, porque a maioria dos parlamentares é formada por grandes empresários, fazendeiros, etc. Durante 20 anos vivemos sob a promessa de Reforma Agrária por vários governos, inclusive por um que se dizia dos trabalhadores, dos pobres, como foi a chegada de Lula ao poder. A pergunta que não cala é como um parlamentar, dono de latifúndio, irá aprovar uma emenda constitucional que vai deliberar a reforma agrária no Brasil?

A imparcialidade e a defesa de uma mudança social fica restrita ao discurso durante as eleições. Além desses problemas, temos a realidade crua da não execução dos artigos inseridos na constituição, como a defesa da liberdade de expressão. Várias rádios com ideologia editorial nas linhas educativas foram fechadas com argumentos de que feriam a lei governamental contra as rádios piratas. Na verdade, as rádios são fechadas por serem incisivas na crítica ao governo, ao problema social brasileiro, diferentemente das rádios comerciais, que têm concessões renovadas automaticamente, e que tocam músicas pornográficas, sem nenhum crescimento cultural e crítico. Acredita-se que esse tipo de entretenimento é permitido com tanta facilidade visando o entrave ideológico da população contra os problemas do país, ou seja, é uma forma de manipular uma ordem social que beneficie o governo.

O que vem sendo noticiado nos últimos dias pelos jornais são, também, os 20 anos da implantação do SUS - Sistema Único de Saúde, que é uma prestação do serviço público na saúde. De certa forma, foi um grande avanço para as pessoas serem servidas com "qualidade" no atendimento médico. Mas o que se percebe hoje, duas décadas depois da implantação do sistema, são os hospitais em estado decadência, um investimento pífio no desenvolvimento de tecnologias para ampliar a pesquisa médica. Pessoas morrendo em filas, sendo atendidas nos corredores, um atendimento rude. Tudo isso é oriundo da falta de atenção e o mal investimento de políticas públicas do governo. A educação do Brasil, nesses 20 anos de constituição, segue no mesmo trilho que a saúde: em estado de decadência. O número de violência nas escolas públicas aumentam consideralvente. Jovens com 15 e 16 anos, que estão terminando os estudos, saem da escola parcialmente alfabetizados, com dificuldades em leituras e os professores não recebem os investimentos devidos para o sucesso na sala de aula.

Com essas informações o que se vem a entender é que o governo, ou melhor, o estado tem tido como função ser um divisor de águas na política social: dividir o Brasil em Castas: Ricos x Pobres. Enquanto os sistemas de saúde e educação públicos andam em deficiência, os privados recebem prioridades do governo. Como exemplo temos dois programas sociais ligados à Educação, que são o Rumo à Universidade e o Reuni, que é o incentivo à contração da propriedade privada, responsável por essa disparidade social existente no Brasil. O que se constata com essa realidade é que as mentiras sinceras interessam e alimentam a idéia de que vivemos em uma democracia




*As fotos são do Folha Imagem/ Lula Marques.

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

À mesa com Dom João VI

Que tal comer um Carneiro com arroz, uma galinha recheada ou, simplesmente, ovos moles? Se você ficou simpático a esses pratos, pode ficar tranqüilo que Dom João, Rei de Portugal, e toda população lusitana e brasileira aderiram, por algum motivo, esta culinária portuguesa vinda diretamente da cozinha imperial por alguns anos e acabou tornando-se alimento clássico em nossas mesas.

Em virtude da comemoração dos 200 anos da corte no Brasil, a editora SENAC do Rio de Janeiro nos presenteia com uma bela reedição do livro Arte de Cozinha, que chegou bem guardado ao Brasil sob os cuidados de Carlota Joaquina. Segunda a antropóloga Paula Pinto e Silva, em entrevista ao JC, "a cozinha, assim como a linguagem, traz o marco de cada sociedade". É importante para o entendimento de cada cultura de cada lugar saber o que se consome e consumiu como alimento em certa época. Depois o blog se aprofunda neste tema.

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

O Fator Obama no mundo.




Diante de mais uma crise financeira no mercado internacional, o capitalismo ganha um novo ânimo com a eleição de Barack Obama, criando uma nova luz no fim do túnel americano.O mundo vê-se em uma expectativa enorme quanto a posição política do mais novo líder da maior potência mundial.


Afonso Bezerra.
Gadadhara Ferraz.

Enquanto a economia do mundo se abalava com mais uma crise do sistema financeiro americano, ligada ao mercado imobiliário, muitos analistas políticos apontavam um fator mestre de reconciliação e ponto certo de oxigenação de acordos entre potências, uma vez que várias nações, nos últimos tempos, vêm ganhando um destaque importante entre os países negociadores com os EUA, e este fator é a avalanche de mudança encabeçada pelo partido democrata colocando um negro para ser presidente da potência líder da economia mundial como uma forma de reenergizar o sistema que encara uma crise.

No governo de George W. Bush, fatores marcantes anunciavam um prólogo da crise mais nefasta, socialmente falando - embora que seja um despertar do mundo especulativo para regularizar sua vida produtiva - como um conflito internacional. É certo que toda crise econômica será antecedida por uma guerra, de preferência em um território negociável e que gere riquezas às indústrias bélicas, responsáveis por manter a economia saxônica. Ela, a crise, chegou, desmontou um mundo de empresas e recolheu, sem mais nem menos, 1 trilhão de dólares do estado americano. Ou seja, em um país amplamente liberal, o estado ressuscita a propriedade privada e entala uma classe sofrida americana com uma série de impostos. Juntando tudo, faz-se o marco da reputação republicana depois de oito anos de governo: rejeição total. Agora, o barco deve ser estabilizado pelo senso de mudança, ou melhor, pelos democratas.

Barack Hussein Obama é uma mistura intensa de africano com asiático e um pouco de americano. Uma união de cultura super importante para um homem com o currículo como o dele que se predispõe a liderar uma nação tão importante e tão imperialista como os Estados Unidos da América. Ainda mais quando, no mundo da globalização, os EUA necessitem de um político estratégico e "par" com todas as nações, porém sempre em defesa da terra do Tio Sam, devido a crescente da economia oriental, nas relações econômicas com a União Européia e, claro, o conflito com Irã quanto a produção de material nuclear. A matéria do jornal americano The New York Times dizia " Um fenômeno que pertence a dois mundos distintos e, conseqüentemente, não pertence a nenhum". De forma resumida, o jornal soube mostrar a face importante do homem variado, culturalmente falando, que é Obama para assumir a presidência em um momento tão delicado como esse: entre guerra, crise econômica e insatisfação popular com o atual governo. Todos os holofotes do mundo iluminam, positivamente, os passos do democrata na gerência do governo em 2009, Obama será um ponto neutro na negociação da volta por cima dos Estados Unidos.

A tangência que se tem quanto à vulnerabilidade da política ou das intenções da Casa Branca com a eleição presidencial ganha dimensões assustadoras, principalmente no personagem criado em cima do candidato democrata. Antes, porém, é necessário analisar que existe a importância na história de lutas raciais no país norte-americano. Durante a guerra civil americana, a região passou um período intenso sob represália e opressão, sem a mínima participação nas eleições. Até uns dias atrás existia um hiato social entre negros e brancos. Casamentos, nem pensar. Na década de 60, ganha destaque o líder Martin Luther King, um lutador venerado por sua militância em defesa dos negros americanos.

A partir do pressuposto de uma quebra de estigma, fortalecimento de um luta social que ainda persiste no EUA, Barack Obama é um grande vencedor e pode ser considerado por muitos um ponto de partida na luta contra o preconceito. Mas o problema vem justamente nas esperanças construídas em cima de Barack, esperanças construídas na sua juventude, no seu esforço e histórico social. Grande parte dos americanos acredita que na avalanche "We can believe in Change" a história vai mudar.

As pessoas, até então, confundem as bolas com uma história sofrida e um futuro não coeso. Antes de qualquer coisa, Obama tem que fazer uma série de acordos com classes imperialista e dominante americanas para se manter no governo. A sensação de folga na relação com Cuba seria e será um golpe eleitoral e comercial, uma vez que é melhor tê-los insatisfeitos do que acostumados e aptos a críticas. Para ser mais sintético, a mudança mais radical que possa legitimar a discrepância entre republicanos e democratas será nas questões internas, e não nas turbulentas relações externas, onde Obama encontra-se num campo minado de interesses de ambos os lados.

A realidade de que Obama é sinal de rompimento com muitas barreiras não se pode negar, mas que não se descarte a hipótese de que a eleição de um presidente negro tem tudo a ver com salvação econômica americana. A proposta de governo liberal e muito mais maleável tocou bem a alma de muitos eleitores, principalmente aqueles incrédulos depois de oito anos de governo Bush. As sucessivas crises e conservadorismo da Era Republicana fizeram que o cidadão americano se ausentasse do debate, aguardando até a hora de surgir um democrata, tipo Obama, para salvá-los da tempestade.

Com um mundo mais inteirado das mudanças científicas e propostas audaciosas, a religiosidade e o tradicionalismo cultural esbarraram nas audaciosas propostas de mudança ecoadas por Obama. Na política interna, os novos tempos viverão ares de novidade, enquanto o lado de fora, que acredita numa postura modificada, ainda penará sobre os interesses americanizados. O presidente democrata foi eleito para uma função muito delicada: ser intermediador da agonia entre povo e governo diante da crise econômica, e a sua postura é de conciliador de interesses e não de um rompimento.

Aquele Obama pacífico nas questões religiosas e econômicas no oriente juntamente ao revolucionário com Cuba está muito longe de tornar-se realidade diante dos governos atuais. Para ele, antes a economia, depois o povo.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Filho da revolução


Já em meados de 1790, a revolução passava pela sua fase de terror. O som das guilhotinas ainda era ouvido pelas praças de Paris em conjunto a voz da população que ovacionava a morte da antiga nobreza e das outras vitimas do terror de Robespierre. Nos arredores da cidade luz, as vilas perdiam seus tons bucólicos envoltos pelas revoltas camponesas que, de certa forma, ainda se prendiam a forma rústica da revolução.

Aproveitando a fase de intensa confusão, um jovem franzino, de baixa estatura, o qual a única palavra que poderia descrevê-lo é´estranho’’, em conjunto com sua astúcia e determinação, utiliza a carreira militar, considerada promissora, para se destacar no campo da política em que se mostra oportunista ao acender como cônsul, junto ao golpe de 18 de brumário (9 de novembro do calendário gregoriano). Ainda como cônsul, e posteriormente como cônsul vitalício, começa a abrir às´asinhas’’ e dar seus primeiros passos para o que havia combatido na revolução: o absolutismo.

Durante o período consular, o jovem Napoleão, nome o qual seria posteriormente temido na Europa e por conseqüência no mundo, passa a realizar suas reformas (em seguida censuras) que dá a ele prestigio diante do povo anencéfalo e também dos letrados, que na suas mãos tornam-se massa de manobra; onde Bonaparte, valorizando sua educação militar, usa-a sabiamente para alcançar o futuro que aspirava. Essa grande influência sobre o povo o leva a realizar o plebiscito em 1804 para torná-lo imperador.

Durante a confirmação de seu absolutismo pela coroação, choca ao retirar das mãos do papa Pio VII o símbolo da realeza e se alto coroa imperador, mostrando de uma vez por todas que o estado não respondia mais aos interesses do clero. Essa atitude marca o inicio do período expansionista de Napoleão que perduraria até 1812, onde sofre uma frustrante derrota nas estepes russas, que parecia mostrar, com seu inverno de 20º negativos, que Deus não era francês. Preso após a desastrosa campanha russa, passa 3anos sobe custodia inglesa que temia a genialidade do imperador general.

Como sempre fora uma raposa astuta e traiçoeira, sua prisão na ilha de Elba dura até 1815 de onde foge magistralmente pra tomar o trono do covarde rei Luis VIII, da dinastia dos Borbouns, da forma como havia descrito: sem dar um único tiro. Apesar do tempo que passara preso, Bonaparte ainda continuava com a idéia expansionista, que o levaram mais uma vez a tentar fazer a Europa curva-se diante de seus pés. É com essa mentalidade que ele invade a Bélgica onde enfrenta a aliança inglesa na celebre batalha de waterloo, que com a derrota marca de vez o fim da carreira militar de Napoleão que seria exilado, dessa vez na ilha de Santa Helena. Sua vida prossegue em cárcere até 1821, ano de sua morte por circunstâncias que são discutidas até hoje.

O que fascina em Napoleão não é somente o fato de ter construído um império em tão pouco tempo, e sim o brilhantismo desse fiel discípulo de Maquiavel que sabia agir de acordo com as circunstâncias, mesclando´oportunismo político’’ e´grande política’’. Esses são os verdadeiros fatores que fazem Napoleão Bonaparte ser admirado por inúmeras pessoas através dos séculos e por colocá-lo no hall da fama dos grandes lideres.

Phillipe Augusto Bastos

domingo, 26 de outubro de 2008

1808 - Como eles chegaram ao Brasil.




Vamos simbora.

Fazia um dia lindo de sol em Lisboa. Nas ruas, as mulheres com suas sombrinhas bem bordadas se protegiam daquele atípico sol europeu. Raparigas donzelas passavam apressadamente, cochichando com suas amigas. Até que lá pela rua D. Sebastião, nas proximidades do porto, um pequeno conglomerado ia se juntando a observar o Rei D. João VI esperando alguém que havia de chegar em pouco tempo. Olhos atentos, crianças e adultos observam com agitação e frenesi a presença da alta corte nas ruas de Lisboa, dividindo do mesmo clima, ar e vírus que correm pelas ruas.

D. João, aparentando uma certa apreensão, consultou o relógio, passou a mão na testa retirando algumas partículas de suor e informou ao empregado que a hora do almoço já chegara e o homem vindo da Inglaterra ainda não dava as caras.

- Ora, ora. Isto já tá me deixando estressado. Este barco que não chega.

Quando já pensava em sentar, lá vem chegando o tão barco esperado, vindo da Inglaterra, que trazia o homem com quem o Rei iria negociar o futuro da nação portuguesa. Feitos os cumprimentos, todos seguiram em destino do palácio imperial. Chegando lá, D. João foi logo sentando, puxando um jornal do dia e mostrando a manchete ao homem, que era o Embaixador inglês Lord Strangford.

- Veja a manchete dos jornais que circulam por toda Europa. Bloqueio Continental* fica mais forte e Napoleão amplia suas forças. Não tenho a mínima condição de me manter nesse jogo tenso entre negociações com a França, que não é nada maleável, e a tua Inglaterra, da qual necessito extremamente.

- Mantenha a calma. Creio que ele não fará nada de tão grave. O casamento, deu em que?
- Que casamento? - indagou D. João.
- De Pedro de Bragança com a senhorita parenta de Napoleão.
- De nada serviu. Estrategista, Napoleão percebeu logo. Ele quer ter pleno poder sobre a economia... E eu não aguento mais. Tenho pressão dos dois lados.

De repente fez-se um silêncio, os dois ficaram a observar os transeuntes e alguns empregados de D. João. Até que o Embaixador se inquietou com a pergunta sobre a colônia.

- E a colônia, aponta frutos de se manter bem nesta situação?
- Mais ou menos. Ainda temos grande conflitos de interesses lá dentro. Alguns movimentos liberais andam surgindo, principalmente no nordeste onde foi palco da maior força econômica nossa.
- Entendo... Olha aí, por que não vais para o Brasil enquanto Napoleão ainda continua com esta idéia maluca. Continuas negociando com Inglaterra de lá e deixas Portugal. Mas esse rompimento com o pacto é o perigo...
-E não é. Deixarei esta terra ser invadida por um louco e acabar com tudo? Não sei.
- É a única chance. Acredito que posso ficar, usar da força inglesa e depois nós veremos como vai dar. Contra a Inglaterra ele não pode, e já se viu esse filme outras vezes*.
- É isso que vou fazer.

E foi assim que D. João VI, preocupado e morrendo de medo de uma investida do exército francês, resolveu partir para o Brasil, deslocando toda a corte para o continente americano. Enquanto o Brasil conhecia pela primeira vez, em dois séculos de colonização, como é um centro administrativo, Portugal era conquistado e quebrado por Napoleão. O ato em si da vinda dos portugueses só contou ponto ao Brasil, porém boa parte da população lusitana aderiu a uma idéia liberal, estourando em 1821 com a revolução de Porto.

Com o acordo fechado com a Inglaterra, D. João resolve vir ao Brasil. Anuncia dentro do palácio que vai levar algumas pessoas neste viagem emergencial para salvar a soberania portuguesa e a própria economia inglesa. Cerca de 13 mil pessoas em dez navios, protegidos por barcos de guarda ingleses, atravessaram o Atlântico. O motivo da proteção inglesa às embarcações é a possível ameaça de navios franceses intervirem no translado. Essa insegurança gerou tumultos na hora do embarque: muitos rejeitaram a hipótese e ficaram, outras pessoas que queriam vir ao Brasil acabaram não vindo. A viagem foi marcada por muita apreensão e medo. Uma tempestade caía quando eles se aproximavam do litoral brasileiro. Com um forte vento e ondas constantes e altas, a frota ficou dividida e o navio que trazia D. João acabou indo parar no litoral Baiano. A outra parte bateu direto no Rio de Janeiro.

No próximo post, D. João já no Brasil e um pouco de sua Biografia.

* O Bloqueio Continental foi uma medida do Imperador francês Napoleão Bonaparte visando vencer a poderosa Inglaterra, que detinha um grande frota marítima. Como a França tinha um exército Imbatível, e ficou presa com a Inglaterra, Napoleão resolveu quebrar a Inglaterra pela a economia, proibindo os países de comercializar com ela. Quem rompesse o pacto teria o território invadido e seria massacrado pelo exercito de Napoleão. Portugal foi o primeiro a romper com Pacto, e como conseqüencia temos a chegada de D. João ao Brasil.

Pra começar

Vamos simbora.

Estou entrando em mais uma aventura nesse mundo virtual. A diferença é que, dessa vez, os textos são mais direcionados, ou seja, o blog é mais temático. Por que história? Ora, sou fanático por história, vou cursar história e nada melhor do que debater a dita cuja com os amigos, parceiros e desconhecidos.Vamos criar um verbo chamado Historiar: daí estaremos historiando o mundo.Eis a função deste blog: unir os frutos das pesquisas com o debate importantíssimo dos leitores e dar um tempero histórico nos fatos da atualidade. Então, amigos, vamos historiar. O meu nome é Afonso Bezerra, tenho 15 anos e sou estudante do ensino médio - o que não reduz minha capacidade de raciocinar a história do mundo. Sou defensor da tese de que história só se faz com debates. Prender o conhecimento não muda nada, por isso que criei este espaço, que servirá de elo entre todos nós para fazermos uma grande conversa em torno dos assuntos que nos cercam todos os dias com o olhar da história. Como assim?
A crise econômica que o mercado imobiliário mais uma vez fez questão de colocar em prática é um grande exemplo de analisar o presente com um pé no passado. Quem lembra do crack de 1929? Pois é, aquela e velha crise, que se iniciou também no mercado imobiliário de Nova York, quebrando a economia brasileira de jeito, tem sua grande semelhança com a atual. Por isso a importância de debater a história para criticar o presente.
Isso aqui é só uma introdução de todo debate que será construído a respeito de vários temas que formam a história. Dispenso seguir uma regra didática, postando os textos conforme os conteúdos. Não, vamos abraçar a história nas suas três vertentes: política, economia e sociedade. A abordagem será bem ampla.
Espero que todos gostem deste blog, principalmente os interessados em história. E outra coisa, vou entrar em contato com profissionais da área para entrevistas e muito mais.

Vamos historiar bastante.

A vocês, Boa historiada!!
 
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