terça-feira, 23 de junho de 2009

Break the Wall - 20 anos da queda do Muro de Berlim



Philipe Augusto Bastos

Durante a guerra fria o mundo se via dividido, como bem sabemos, entre dois blocos. Cada um deles buscando ter influência sobre paises considerados estratégicos para as suas futuras pretensões de expansão político-ideologica. Mas, dentre todos os lugares palco destas disputas, nenhum se tornou um símbolo tão grande como a cidade de Berlin, imortalizada pelo muro erguido no meio dela, que a dividia em um lado comunista (RDA) outro capitalista (RFA). O muro que foi responsável pela separação de famílias e por repreender aqueles que buscavam as aventuras do lado ocidental.


Apesar de construída às pressas na madrugada de 13 de agosto de 1961, o plano para o muro já era bem mais antigo. Na época, o então comandante da RDA (sigla que quer dizer Republica Democrática Alemã), Walter Ulbricht, já fazia solicitações a Nikita Khrushchov e ao Pacto de Varsóvia para poder fechar as fronteiras e interromper os transportes públicos com a Berlin ocidental. Esta medida adotada por Walter tinha um motivo lógico: as condições em que viviam os moradores da RDA tornavam a outra Berlin um paraíso, um lugar sem restrições severas a liberdade de expressão e que poderia se conseguir o que queria sem muita burocracia do estado, o que ocasionou migrações em massa do lado oriental para o ocidental, situação que obviamente não foi vista com bons olhos pelo governo de Walter.



Após ser aprovada pelo Pacto de Varsóvia, no dia 11 de agosto, o exército se deslocou até as fronteiras com a RFA (sigla que quer dizer Republica Federal Alemã) para poderem no dia 13 bloquear as vias de acesso e assim assegurarem a construção do muro e a intransitividade dos civis pela fronteira. Tais ações, é claro, não foram aceitas de bom grado pelas autoridades federalistas, que em resposta organizaram manifestações populares, não conseguindo interromper a construção. Com essa demonstração de fracasso, tudo o que restava era entrar em contato os aliados buscando apoio para intervenção. Apesar do profundo desejo dos americanos de se intrometerem, eles nada poderiam fazer abertamente, como foi visto no dia 27 de outubro quando tanques americanos e soviéticos se encontraram, mas não se digladiaram, com medo de iniciar uma guerra nuclear. Assim se encerravam as discussões sobre a construção do muro como foi dito por J. F. Kennedy: A solução não é muito linda, mas mil vezes melhor do que uma guerra.


Durante a estadia do muro varias foram as tentativas de transpor um de seus 66,5 km, que graças as 302 torres de observação, 127 redes metálicas electrificadas com alarme e 255 pistas de corrida para ferozes cães de guarda que tornavam dificeis as tentativas de “fuga” para o lado ocidental e facilitavam a prisao dos que ousavam, varias vezes ocorrendo óbitos, tanto dos “rebeldes” republicanos como os de alguns guardas. O muro de Berlin sobreviveu há 28 anos, quando na noite de 9 de novembro de 1989 o muro caiu. Mas, antes de sua queda já havia um intenso numero de protesto de ambos os lados que só pediam unicamente a liberdade de transitar naquilo que um dia foi um pais unido.


Para alguns a queda do muro simbolizava algo maior que estava por vir ao mundo, para outro marca a reunificaçao de uma alemanha ainda fragilizada, que serviria de motor para uma populaçao que precisava se unir e que com isso motivaria o crescimento do pais.O que resta do muro hoje está preservado como forma de recordaçao, para que o povo nao se esqueça dos amargos tempos da guerra fria e da repressao, mas tambem para lembra-los que um muro é um simples obstaculo que nao pode ser capaz de impedir a uniao de um povo.

 
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