quinta-feira, 13 de novembro de 2008

O Fator Obama no mundo.




Diante de mais uma crise financeira no mercado internacional, o capitalismo ganha um novo ânimo com a eleição de Barack Obama, criando uma nova luz no fim do túnel americano.O mundo vê-se em uma expectativa enorme quanto a posição política do mais novo líder da maior potência mundial.


Afonso Bezerra.
Gadadhara Ferraz.

Enquanto a economia do mundo se abalava com mais uma crise do sistema financeiro americano, ligada ao mercado imobiliário, muitos analistas políticos apontavam um fator mestre de reconciliação e ponto certo de oxigenação de acordos entre potências, uma vez que várias nações, nos últimos tempos, vêm ganhando um destaque importante entre os países negociadores com os EUA, e este fator é a avalanche de mudança encabeçada pelo partido democrata colocando um negro para ser presidente da potência líder da economia mundial como uma forma de reenergizar o sistema que encara uma crise.

No governo de George W. Bush, fatores marcantes anunciavam um prólogo da crise mais nefasta, socialmente falando - embora que seja um despertar do mundo especulativo para regularizar sua vida produtiva - como um conflito internacional. É certo que toda crise econômica será antecedida por uma guerra, de preferência em um território negociável e que gere riquezas às indústrias bélicas, responsáveis por manter a economia saxônica. Ela, a crise, chegou, desmontou um mundo de empresas e recolheu, sem mais nem menos, 1 trilhão de dólares do estado americano. Ou seja, em um país amplamente liberal, o estado ressuscita a propriedade privada e entala uma classe sofrida americana com uma série de impostos. Juntando tudo, faz-se o marco da reputação republicana depois de oito anos de governo: rejeição total. Agora, o barco deve ser estabilizado pelo senso de mudança, ou melhor, pelos democratas.

Barack Hussein Obama é uma mistura intensa de africano com asiático e um pouco de americano. Uma união de cultura super importante para um homem com o currículo como o dele que se predispõe a liderar uma nação tão importante e tão imperialista como os Estados Unidos da América. Ainda mais quando, no mundo da globalização, os EUA necessitem de um político estratégico e "par" com todas as nações, porém sempre em defesa da terra do Tio Sam, devido a crescente da economia oriental, nas relações econômicas com a União Européia e, claro, o conflito com Irã quanto a produção de material nuclear. A matéria do jornal americano The New York Times dizia " Um fenômeno que pertence a dois mundos distintos e, conseqüentemente, não pertence a nenhum". De forma resumida, o jornal soube mostrar a face importante do homem variado, culturalmente falando, que é Obama para assumir a presidência em um momento tão delicado como esse: entre guerra, crise econômica e insatisfação popular com o atual governo. Todos os holofotes do mundo iluminam, positivamente, os passos do democrata na gerência do governo em 2009, Obama será um ponto neutro na negociação da volta por cima dos Estados Unidos.

A tangência que se tem quanto à vulnerabilidade da política ou das intenções da Casa Branca com a eleição presidencial ganha dimensões assustadoras, principalmente no personagem criado em cima do candidato democrata. Antes, porém, é necessário analisar que existe a importância na história de lutas raciais no país norte-americano. Durante a guerra civil americana, a região passou um período intenso sob represália e opressão, sem a mínima participação nas eleições. Até uns dias atrás existia um hiato social entre negros e brancos. Casamentos, nem pensar. Na década de 60, ganha destaque o líder Martin Luther King, um lutador venerado por sua militância em defesa dos negros americanos.

A partir do pressuposto de uma quebra de estigma, fortalecimento de um luta social que ainda persiste no EUA, Barack Obama é um grande vencedor e pode ser considerado por muitos um ponto de partida na luta contra o preconceito. Mas o problema vem justamente nas esperanças construídas em cima de Barack, esperanças construídas na sua juventude, no seu esforço e histórico social. Grande parte dos americanos acredita que na avalanche "We can believe in Change" a história vai mudar.

As pessoas, até então, confundem as bolas com uma história sofrida e um futuro não coeso. Antes de qualquer coisa, Obama tem que fazer uma série de acordos com classes imperialista e dominante americanas para se manter no governo. A sensação de folga na relação com Cuba seria e será um golpe eleitoral e comercial, uma vez que é melhor tê-los insatisfeitos do que acostumados e aptos a críticas. Para ser mais sintético, a mudança mais radical que possa legitimar a discrepância entre republicanos e democratas será nas questões internas, e não nas turbulentas relações externas, onde Obama encontra-se num campo minado de interesses de ambos os lados.

A realidade de que Obama é sinal de rompimento com muitas barreiras não se pode negar, mas que não se descarte a hipótese de que a eleição de um presidente negro tem tudo a ver com salvação econômica americana. A proposta de governo liberal e muito mais maleável tocou bem a alma de muitos eleitores, principalmente aqueles incrédulos depois de oito anos de governo Bush. As sucessivas crises e conservadorismo da Era Republicana fizeram que o cidadão americano se ausentasse do debate, aguardando até a hora de surgir um democrata, tipo Obama, para salvá-los da tempestade.

Com um mundo mais inteirado das mudanças científicas e propostas audaciosas, a religiosidade e o tradicionalismo cultural esbarraram nas audaciosas propostas de mudança ecoadas por Obama. Na política interna, os novos tempos viverão ares de novidade, enquanto o lado de fora, que acredita numa postura modificada, ainda penará sobre os interesses americanizados. O presidente democrata foi eleito para uma função muito delicada: ser intermediador da agonia entre povo e governo diante da crise econômica, e a sua postura é de conciliador de interesses e não de um rompimento.

Aquele Obama pacífico nas questões religiosas e econômicas no oriente juntamente ao revolucionário com Cuba está muito longe de tornar-se realidade diante dos governos atuais. Para ele, antes a economia, depois o povo.

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