
O cenário de cuba antes da Revolução
Afonso Bezerra
Encontrar argumentos para defender o socialismo em Cuba sempre foi uma tarefa árdua, principalmente por conta de a força militar de Fidel governar a Ilha. No entanto, é fato que, mesmo com o regime fidelista, Cuba prosperou em vários setores da sociedade que são de grande importância para o desenvolvimento de um país, como Educação e Saúde, com destaque para o período em que contava com o apoio internacional da União Soviética, onde muitas vezes Cuba superou os países desenvolvidos com o avanço de tecnologias na saúde e no combate ao analfabetismo.
Historicamente, Cuba sempre foi aviltada de várias formas. No século XV, sofreu com a expansão do colonialismo europeu, principalmente o espanhol, que sugou a economia da ilha com a produção do Rum e com cana-de-açúcar. Tempos depois, já no século XX, logo após a Segunda Guerra Mundial, os EUA tornaram-se a maior economia do mundo, colocando para funcionar a todo vapor a indústria da construção civil, para reconstruir a Europa destruída pela guerra. Além desses investimentos, do período posterior a Segunda Guerra, cresce a máfia americana, que vai encontrar espaço ideal para florescer os negócios em Cuba.
O governo norte-americano, sabendo que aquela medida poderia salvar o país da crise de 1929, tomou providências de agilizar um governo que soubesse lidar com a situação dos jogos de azar, dos prostíbulos, que afundaram Cuba num caos social. Em meio a esse jogo político, o golpe militar de Fulgêncio Batista, em 1952, foi um sucesso, para os americanos, e uma infelicidade para os Cubanos. Nesse “mundo” grotesco, de exploração econômica, desigualdade social, um jovem se forma em Direito e, junto com o diploma, vem algo muito mais importante do que um titulo de advogado: uma concepção de mudança para Cuba.
O nome desse nobre Advogado, filho de Usineiro, é Fidel Castro. Durante o período universitário, Fidel conheceu alguns ativistas políticos de Cuba, que traziam uma idéia forte de oposição ao governo de Fulgêncio. Muitos vinham com teorias marxistas, outros anarquistas, mas o que Fidel queria mesmo era ajudar o povo cubano. Mesmo assim, aliou-se a um grupo de esquerda e realizou, em 1953, o ataque ao quartel de Moncada, que foi uma investida frustrada. Fidel acabou preso e, durante um julgamento que ele mesmo fez a própria defesa, foi julgado e condenado a 15 anos de prisão. E mais, ao terminar o seu discurso, disse: La História me absolverá.
Exilado no México, Fidel conhece através de seu irmão, Raul Castro, um médico humanista que acabara de andar por toda a América prestando solidariedade aos mais pobres. Juntos, os barbudos e astutos revolucionários, formam um estratégia de volta à Cuba. A notícia da revolução corre por todo o país e o carisma dos dois vai crescendo com a população. No dia primeiro de 1959, o ano novo seria, realmente, um sinal de mudança. Naquele primeiro dia de um ano novo, a Revolução Cubana, que ainda não era socialista, triunfava para o bem – ou para o mal, talvez – do povo cubano.